17 agosto 2011

Uma das Fontes do Poder fica em São Cristóvão.

Hoje (14 de agosto de 2011) fui levar a (Maria) Cláudia, minha "senhora" para fazer uma prova. Enquanto ela fazia a prova (que foi bem rápida, aliás), fui, acompanhado de mais dois amigos, até a Fonte do Poder da Zona Norte, também conhecida como a feira de tralhas de São Cristóvão.

A feira fica entre as ruas Monsenhor Manuel Gomes e Almirante Mariath, sendo que, no caso dessa última, compreende todo o trecho entre a Avenida Brasil e a Rua Bela, que fica abaixo da Linha Vermelha. Tudo começa de manhã cedo, e fica por lá até as 14 horas, quando as atividades se encerram.

Quando me refiro como uma das Fontes do Poder, não é piada: Existem relatos de verdadeiras escavações arqueológicas que resultaram em artefatos de inestimável valor, a custos realmente baixos. Mas é claro, você tem que:
  1. Ter tempo. Andar e olhar tudo com calma consome pelo menos 2 horas.
  2. Ter paciência. Por exemplo, no dia em que eu fui, o movimento estava razoável, mas a variedade de opções interessantes era mínima.
  3. Abstrair o som. Principalmente se você não gosta de música brega (eu vi à venda por lá o Raridades do Brega Volume 5, por exemplo), ou de pornografia (como aquela banca que vendia - pirata, é óbvio - o "filme" Arrombada por um Pônei).
  4. Ter vontade de pechinchar. Alguns dos relatos que vocês lerão só foram possíveis graças à vontade férrea dos participantes de conseguir comprar pelo menor preço possível, como aquele Mega-Drive ao preço de uma esfiha do Habib's.
  5. Leve dinheiro trocado. Nada de chegar com notas de R$ 20 ou R$ 50. Lá a linguagem é a da moeda de R$ 1, a nota de R$ 2 ou 5. 
Feito isto, a dica é estacionar o carro na Rua Monsenhor Manuel Gomes, na altura do quartel que está do lado esquerdo, perto da Prossegur, empresa de vigilância e transporte de valores. O estacionamento tem custo zero. 0. 0800. Nada. Sim, isso mesmo. E não é proibido, logo você não corre o risco de ter o veículo guinchado (apesar de ter visto um reboque passando e ter ficado apreensivo com a possibilidade).


Daí, é partir para o abraço. Na vez em que eu fui, estava muito pobre, se você tinha interesse em itens de micros clássicos (no caso, MSX). O máximo eram algumas fitas cassete de MC-1000. Mas havia uma barraca, por exemplo, com diversos videogames clássicos. Se eu quisesse montar uma coleção, poderia sair dali com um Odyssey (a R$ 25) e um Telejogo (modelo 1!) na mesma barraca. Em outras barracas, ainda avistei um Gemini (sim, o clone norte-americano do Atari 2600, feito sob encomenda para as lojas Sears!), alguns SNES, Playstation 1 e Mega-Drives. Aliás, Mega-Drives estavam por todos os cantos, parece que virou um caminhão da Tec Toy ali por perto.

Algumas barracas com ferramentas tinham, por exemplo, parafusadeiras Skil por R$ 120, em média. Outros trouxeram uma politriz a R$ 180. Ainda vimos (e o André se interessou) por uma multifuncional laser Samsung (imprime, digitaliza, tira xerox, passa fax, só não faz café e cafuné) de uns 25 kg que estava sendo vendida a R$ 80. Só que sem o compartimento dos cartuchos - segundo o vendedor, ele traria tudo na semana seguinte. Ele ainda tentou baixar o preço para R$ 50, mas depois de muito olhar, nada feito.

Encontrei também itens que eu nunca imaginaria ver por aqui, como um transformador para maquetes de ferreomodelismo produzido pela Fleischmann, alemã.Eu só vi esse transformador nas revistas que meu avô tinha, e que eram do final dos anos 1970.

Ainda vi coisas como DVDs piratas de pornôs, no naipe de "Arrombada por um pônei" (não quero nem pensar), muitos celulares (e sucatas de celulares também), roupa, ferramentas, sucata de informática, HDs (você confia? Nem eu), videogames, televisores, monitores (até LCD), impressoras, LPs, CDs, câmeras, filmadoras... Eu vi um pouco de tudo. Garantia? "La guarantia soy yo", meu filho. Até porta de box blindex eu vi por lá, mas não perguntei o preço. Quanto à lambreta (sim, uma lambreta, aquelas motos pequenas que você dirige sentado), pediram R$ 1800 ao Marcio.

Vamos aos relatos:
  1. O André (que foi comigo) contou que pegou um Expert DD-Plus (aquele, preto, com drive embutido) por módicos R$ 10. O vendedor queria R$ 15, ele choramingou um pouco, pegou por R$ 10. O micro precisava de uma pintura e resolver um mau-contato no conector do slot, e ainda um teclado. A limpeza e a pintura ele providenciou, e o mau-contato foi fácil de resolver. Faltava um teclado.
  2. Outro dia, André e Marcio perambulando pela feira, encontram uma imagem de Jesus Cristo, e um item curioso embaixo. Marcio diz ao André que "Se fosse uma cobra, já teria te mordido!", por 3 vezes. Removendo a imagem, ele encontrou um teclado de Expert, preto. R$ 8. Bastou colocar e usar, um Expert DD-Plus por R$ 18.
  3. Marcio achou um Mega-Drive a R$ 10. Choramingou, ofereceu R$ 5, o sujeito topou... Abriu a carteira e encontrou R$ 0,80. André prontamente providenciou mais R$ 2, para inteirar e comprar o Mega por pouco mais da metade que foi oferecido. Logo, o sujeito entrega o Mega, arremata as moedas que estão na mão direita do Marcio... E ignora a nota de R$ 2 que estava na mão esquerda. E vai embora. Logo, esse Mega-Drive foi apelidado de esfiha do Habib's, por ter sido arrematado por quase o mesmo valor do alimento da famosa rede de fast-food.
  4. Tinha um Mega-Drive II à venda por R$ 15, mas segundo os frequentadores habituais, aquele Mega está lá há uns 3 meses, e nada do vendedor baixar o preço.
  5. Alguns itens estão mais caros do que nas lojas: Um VGA Box foi-nos oferecido por R$ 180, enquanto que no MercadoLivre você encontra por R$ 130. Vale a procura.
Valeu a pena? Se valeu, foi muito divertido. Pena não ter encontrado nada de MSX por lá, mas numa próxima ida, irei investigar mais a fundo. Fica a dica a todos vocês.



2 comentários:

Edson disse...

Hoje em dia, não se encontra mais nada de MSX por lá, ha um ano atras ainda encontrava.

Mas é uma boa pedida se precisar comprar alguma buginganga.

Edson Sucochip.

Anônimo disse...

Qualquer pessoa pode fazer essa prova?
Porque eu ouvi algo disso quando esperava para passar a urologia no centro, mas não quis perguntar nada a essa pessoa, e melhor procurei um blog com informação.